Friday, June 17, 2005

Casa velha de jornais e revistas

Era uma casa pequena, de rés do chão, quase abandonada, onde livros antigos se podiam encontrar no meio de jornais e revistas igualmente antigos já em 1960.
Recortam-se imagens, colam-se numa única tira de papel, com a largura de uma mão; a tira começa e finda num pau redondo bem colado com farinha de trigo e água.
Uma caixa de cartão é decorada com recortes coloridos apanhados pela casa. abre-se uma pequena janela com a já referida largura de uma mão, bem como quatro pequenos furos para os paus da tira de papel, e, "prontos", tudo a postos para começar o filme.
Aos comandos da "máquina", o Urbano, ajudado pelo Zé Figueiredo que ainda vinha a ser parente do António Maria pela parte do pai.
A assistencia estava a chegar, descendo pelo muro de quatro alturas nossas, terminada que estava a corrida de "caricas" com nomes estilo Alves Barbosa inscritos no seu interior; esta corrida tinha sido interrompida pela chegada do "Zeca do Prior", dono do pomar onde sob grande tangerineira decorria a aguerrida corrida "ciclística".
Tudo a postos, mão na manivela e lá começa o filme ao ritmo do enrola e desenrrola da tira de papel com imagens coladas.
Repentinamente acabou. Talvez amanhã se colem novas imagens.
O Urbano e o Zé Figueiredo tornam a subir o muro de quatro alturas. O Luís Almeida segue pela Rua do Mato abaixo; o Mnuel da Flávia vai a direito, até ao aido que liga à casa da mãe; o filho do António Maria corre ligeiro por entre os muros altos e velhos, com a lembrança da senhora padeira, ou seria leiteira, sobre quem ruíu uma parte de um desses muros altos e velhos da Quinta da Mariazinha do Mato.
Sem pedir desculpas pela interrupção, a escrita segue dentro de...
Talvez.