Sunday, February 27, 2005

...uma gravata não negra.

Era homem de raça, embora de poucas falas para os amigos dos filhos, não fossem eles habituarem-se à casa; na barra ninguém o batia quando defendia os seus clientes, as mais das vezes as suas clientes, pois o homem tinha fama...
No fim das aulas na escola, o jardim e o quintal eram uma arena de fingidas lutas entre os maus e os bons, lutas essas extinguidas com o buzinar do automóvel atravessado na estrada para que abrissem a porta ao homem de raça. Nessa altura saltava-se o muro ou, se poucos, uma saída discreta pelo portão lateral resolvia a situação.
Eu acho que fui um felizardo ou atrevido pois aos poucos e através da amizade com o SPdas NRS, fui ganhando a sua confiança, tendo acesso a uma biblioteca fantástica que me despertou para o prazer de ler. Devo confessar que lia as "selecções", que porventura não eram o modelo a seguir, com uma avidez impressionante.
Bem, estou a divagar, queria mas era recordar o homem de raça que marcou a minha infância e a quem, na partida, o SP das NRS honrou com uma gravata não negra.
PS - não foram só as "selecções", pois lá, mais tarde, tomei gosto pela Presença e pela Vértice.

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